quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O Ciclo do Ouro


Desde os primórdios da chegada dos portugueses no que hoje conhecemos como Brasil, o intuito maior dos que aqui vieram era desbravar e encontrar um viés econômico suficiente para Portugal e para os recém – chegados.
A descoberta de ouro ainda na capitania de São Paulo se iniciou na segunda metade do século XVI desde próximo da capital de São Paulo, no Pico do Jaraguá até o litoral sul do Estado em direção ao Paraná, no entanto, em pequena escala. Mas os paulistas, foram subindo no mapa e na última década do século XVII, acabaram por encontrar uma maior abundância de ouro e metais preciosos no atual Estado de Minas Gerais, mais precisamente na nascente do Rio das Velhas, região de Ouro Preto. Esse rio foi importante para a história do Ciclo do Ouro porque ele desemboca no rio São Francisco, na Bahia, de onde também vieram outros desbravadores em busca de enriquecimento.
Houve uma migração em larga escala de paulistas, portugueses e pessoas advindas de outras regiões com o intuito de rapidamente enriquecer por conta do ouro e metais preciosos. Os caminhos foram principalmente pelo interior do Brasil, inclusive pelo rio Paraíba por referências indígenas até as Minas Gerais. Já instalados ali, a coroa portuguesa passa a criar postos de controle alfandegário para  cobrança de tributos por conta da mineração. Há inclusive a construção da Casa Bandeirista até hoje em Ouro Preto. A rota de envio desses tributos foi mudada de Vila Rica diretamente à capital colonial, então no Rio de Janeiro, para evitar contrabandos e desvios, tudo para evitar passar pela capitania de São Paulo.



Então, com a ida em massa de paulistas(bandeirantes), imigrantes portugueses e forasteiros de diversas partes, começa a haver um enfrentamento pela disputa do direito de extração, assim como reivindicação por postos administrativos que ficavam a maioria em posse dos paulistas na região de Minas Gerais. O período em que acontecem esses confrontos é datado de 1707 a 1709 e ele é conhecido como “Guerra dos Emboabas”. O termo “emboaba” vem de origem indígena e se refere ao tipo de vestimentas e calçados usados, usado para se referir a todos os que não eram paulistas. Como a Coroa Portuguesa era a responsável por definir quem haveria de explorar as minas não demorou para que os emboabas começassem a reivindicar também esse direito. Eles cometeram um crime de lesa – majestade porque instituíram como governador de Minas Gerais, um cargo que até então não havia, um português – Manuel Nunes Viana, que enriqueceu muitíssimo na região, sem a indicação da Coroa Portuguesa. Ele ficou por um ano no ‘cargo’, até que posteriormente foi destituído. O embate entre paulistas e emboabas contava com aproximadamente três mil homens de cada parte. Mas após um tempo, os emboabas eram maioria e cada vez mais os paulistas foram perdendo espaço.
Assim chegou a um ponto tão crítico que muitos paulistas foram embora das Minas Gerais para desbravar e ir à procura de ouro e outros metais preciosos em outras terras que hoje se sabe em Goiás e Mato Grosso. Outros permaneceram ali por se casarem e constituírem famílias na região.



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